28 de dezembro de 2010

Passarinho verde

Sabe quando um dia acontece algo que você nunca espera? Algo que você sempre quis e que te deixe mais feliz.
Acordar por uma notícia feliz e dormir por alguém te fazer feliz. 
Como já dizia Jota Quest: 'um dia feliz, às vezes é muito raro'. 
Se deixar levar e acreditar. Esquecer do que era importante até ontem e dizer: estou aqui.
Seja lá onde isso vai parar, eu estou aqui e espero que seja pra sempre.
Seja lá o que quiser pensar, pode acreditar... eu vi um passarinho verde no caminho dessa madrugada.




Nathalia
na véspera de seu aniversário.

26 de dezembro de 2010

Ao som de Beatles.

Eram quase duas da manhã e eu estava na frente daquele velho lugar frequentado por mim e por, quase, toda galera da minha geração. 
Todos ali pareciam ter a mesma cara, com os mesmos gostos e enfim, já deu pra entender essa parte.
Éramos julgados como os rebeldes sem causa ou até mesmo 'os largados' sem futuro. Mas não, haviam ali, naquele lugar suspeito, tratado como boate, casa noturna ou bordel, pessoas de bem, como eu, por exemplo.
Aquele era apenas o nosso ponto de encontro. Uma vez a cada dois meses no mínimo, acontecia algum evento interessante que salvaria a rotina dos 'rolês' daquela mesma galera julgada como sem cérebro e supostamente, sem futuro. 
Estava num dia desses. Em um 'rolê' desses. Numa madrugada infeliz após ingerir quase um litro de vinho pra esquecer de um ou mais problemas que ganhei de presente na minha pequena grande estrada sentimental. Dizem por aí que vinho faz bem ao coração e ao meu não poderia ser diferente.
Estou sozinha esperando o tempo passar do lado de fora deste lugar. Existem pessoas lá dentro curtindo um cover de Beatles e gritando a velha frase: 'Toca Raul!', que nem sempre é correspondida pelo vocalista que geralmente é um ignorante.
Meus pensamentos se transportam para um patamar bem distante daquela realidade. Me questionava dos sonhos e pesadelos que eram acumulados através de pessoas conhecidas ou... semi-conhecidas, os figurantes das cenas. 
A desilusão do meu coração se encontrava ali, traçada em meu olhar ou... escrita na minha testa mesmo.
Ao longe, com o mesmo olhar vago, consigo enxergar alguém se aproximando. Sabe-se lá o que seria aquela silhueta elegante, alta e... encantadora que estava por vir. 
Esperei. Eu e meus pensamentos. 
Virei o rosto de lado e de repente, sinto que alguém, que provavelmente eu já esperava, sentou-se ao meu lado. Como se já conhecesse meu drama pessoal de estar no auge daquela madrugada sentada sozinha em frente a um local já descrito como impróprio para pessoas decentes. Um doce olhar despertou meu sorriso e começou a dizer simplesmente: 
- Pobre, doce e linda menina. Ninguém deve ficar sozinho numa noite dessas. Devo imaginar o que se passa dentro dessa sua mente e devo te dizer que te entendo. Numa noite dessas, eu não poderia te deixar aqui.
Confesso, fiquei mais confusa do que já estava antes e minha vontade era apenas dizer um palavrão e sair andando. Um desconhecido não poderia saber da minha vida dessa forma. 
Ao fundo, consigo ouvir a banda encerrando a música 'A hard day's night' e iniciando com grande classe 'I want to hold your hand'. No silêncio que pairou no ar entre a minha pessoa e o ser incrivelmente pensante ao meu lado, ele prossegue: 
- É disso que eu estou falando.
- Disso? - respondo com um ponto de interrogação traçado em meu sorriso.
- Disso, dama da noite. É disso que estou falando.
- Não.
- Os Beatles.
- O que têm os Beatles?
- Eles sacaram. 
- Sacaram o quê?
- TU-DO.
- Como assim?
O admirável-misterioso-charmoso-pensante rapaz pega minha mão e a entrelaça com seus dedos. Continuando a dizer: 
- É disso que os Beatles entendem. 
- Acho que o vinho ingerido nessa noite não fez bem ao meu cérebro-raciocínio - respondi por responder.
- Nas outras bandas, o assunto é sempre o mesmo. Sexo, dor ou uma fantasia qualquer. Mas os Beatles... eles sabiam o que estavam fazendo. Sabe por que eles ficaram tão importantes?
- Por quê?
- I wanna hold your hand. O primeiro single. É brilhante, percebe? Talvez a melhor música já composta no mundo todo. Porque afinal, eles sacaram! É o que todo mundo quer. Não sexo quente o dia todo, sete dias na semana. Nem um casamento que dure cem anos. Nem um carro do ano, uma aventura sexual ou uma simples casa de um milhão de dólares. Não. Eles querem apenas segurar a sua mão. Eles têm um sentimento, como nós temos, que é apenas segurar a sua mão. E isso é impossível esconder. Cada canção de amor de sucesso dos últimos cinquenta anos pode remeter a I wanna hold your hand. E cada história de amor de sucesso tem esses momentos insuportáveis e intoleráveis de mãos dadas. Acredite em mim. Eu pensei muito nisso e tenho certeza que vou te fazer pensar também.
- I WANNA HOLD YOUR HAND - repeti sorrindo, consentindo o dito. 
Levantamos dali, com as mãos atadas, e depois disso... a noite terminou muito bem. Somente pelo fato de ter segurado sua mão. Alguém em que depois de cinco minutos, ganhou minha confiança depois de um olhar e uma interpretação sobre meu coração inteiramente correta. Ao som de Beatles, fomos para casa juntos. Sendo este, meu par por me entender tão bem apenas pelo ato de segurar minha mão.

Nathalia
repleta de nostalgia, fixação e pensando na cor dos olhos do belo rapaz.

25 de dezembro de 2010

...

Não é que acordei me achando hoje? 
Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. 
Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. 
Dei de achar que mereço ser amada.


Nathalia
por Caio F.

24 de dezembro de 2010

Mesmice sentimental

É difícil quando as coisas mais importantes da nossa vida se tornam tão... ainda não sei expressar.
Não digo coisas, posso logo dizer: pessoas.
Ao fundo tenho uma bela melodia. A frente tenho uma foto e ao meu lado eu não te tenho.
Sinceramente, meu sorriso bobo ou a minha voz trêmula não esconde, estou tratatando de uma só pessoa, digo... no singular.
O singular que se torna plural quando sinto o calor, a presença e a companhia.
Presos numa liberdade infinita e indecífrável, esse vínculo inseparável não se destrói, não se acaba e nem se recomeça.
Mantém o mesmo ritmo, aumenta a intensidade e o pulso, o arrepio, a sensação e aquela vontade... sente saudade.
São palavras misturadas, seguindo a minha pulsação. Se eu soubesse o que dizer ou se eu tivesse a mesma coragem todos os dias, calo-me novamente.
Continuo arrepiada e tremendo, não quero imaginar o depois disso. 
Sei que sinto e não me limito. Sinto também que às vezes aquele silêncio dizia muito mais do que todas as letras reunidas formando esta mensagem, mas não... eu não me limito.
Serei o que quiseres em teu pensamento, tampouco me entendo, mas sinto-me livre para dizer: te amo muito, sem rendimento, aceso, amor sem formato, altura ou peso.
Amor sem conceito, aceitação, impassível ou julgamento. Aberto, incorreto. Amor que nem sabe se é este o nome direito, mas é amor... e eu sei que é amor.
Te amo e subscrevo-me. Sem segredo, sem razão... Oh, maldita emoção!
Esquivo-me da perdição, procuro aquela razão. Caio sozinha na solidão. 
Adeus paixão.


Nathalia
deixando-se levar pelo coração.

12 de dezembro de 2010

ETEVAV - Uma nova saudade

Houve um tempo em que meus pensamentos se uniam e traduziam a verdadeira felicidade. O ano de dois mil e sete se resume nessa frase. Foi neste mesmo ano que eu e mais de mil pessoas arriscamos a mesma sorte: uma vaga.
Desde então, vidas mudaram e de mil e tantas pessoas, nos tornamos duzentos. Como um abismo desconhecido, caímos na incerteza dos próximos três anos que viveríamos e fomos separados em cinco grupos de quarenta. No início, não foi fácil pra ninguém. A separação de uma vida passada, um colégio que deixou saudade e amigos que jamais serão esquecidos. Ninguém conhecia ninguém e a novidade era presente a cada dia.
Assim, ocorreu três anos de aprendizados, conquistas, risadas e companheirismo. Vínculos foram criados, grupos foram formados e amigos foram eternizados.
Estávamos todos ali com um mesmo objetivo e por essa característica, somos diferenciados. Professores, funcionários e colegas, todos os dias compartilhando uma mesma rotina com altos e baixos.
Um ano e meio da vida de muitos foi marcada por tornar deste local sua segunda casa, o curso técnico fortaleceu e amadureceu a formação de muitos que ali passaram momentos incríveis e cansativos.
Almoços improvisados, esquentados e engraçados. A marmita e os amigos de almoço de cada dia. O sono, a falta de tempo, as paixonites, a pressão psicológica e a conclusão do curso com o sucesso de um TCC.
As provas, os seminários, os trabalhos e claro, as progressões parciais e as recuperações. Parcerias e truques para tirar nota, ALTAS colas e desesperos a cada semana de provas. Enfim, exatas nunca mais pra minha vida!
A cantina, o ponto de encontro e risadas. A tia Lú e o Jú, vulgo Surdão, que tantas vezes nos fizeram companhia quando matamos aula.
No ano de 2008, quando eu e mais cento e noventa e nove alunos ingressamos nessa nova jornada, ouvimos uma frase que nunca foi esquecida e naquela época, nem foi entendida: ‘Estes foram os melhores três anos da minha vida’. Ao fim de 2010, eu e os mesmos compreendemos e sentimos na pele o sentido e impacto que essa frase faz, pois com toda certeza: Estes foram os melhores três anos da NOSSA vida!
Cada um guarda suas lembranças, suas memórias, seus lugares, seus apelidos, suas amizades e a partir de hoje, sua saudade.
Amanhã é um mistério. Estamos novamente no início de uma nova vida, porém, hoje carregamos conosco algo que é somente nosso, pra quem viveu tudo isso e acredita em um futuro melhor e cada vez mais próspero.  Seja lá qual for o destino de cada um... um pedacinho da minha memória e do meu coração, pertencem a vocês.
Um dia eu já fui reca, outro dia já fui bagaça e outro fui veterana. Hoje? Eu sou uma etevaviana legítima, com todas as letras.
Escola Técnica Estadual Vasco Antônio Venchiarutti, vulgo ETEVAV, só quem estudou lá pra saber de tudo o que estou falando.

Dedico estas palavras em especial aos meus colegas e amigos do terceiro ano B de 2010 e desejo de coração muito sucesso na vida de cada um nessa nova jornada. Aos que foram, aos que chegaram e aos que me receberam no meu primeiro dia de aula, pois um dia eu já fui o número nove na chamada e fiquei entre o ‘Felipe’ e o ‘Filipe’, mesmo não me chamando Fernando (interna). Nossas risadas, internas e momentos foram eternizados e serão lembrados a cada ‘Bom Dia’ que surgirá daqui pra frente. Enfim, estamos juntos, afinal... somos Bons, Belos e Bacanas.
 Aos meus colegas e amigos do terceiro módulo H de Informática, pois um ano e meio entre cinco meninas e trinta e cinco meninos aprendi e me diverti o bastante pra dizer que vou sentir muita falta das minhas tardes jogando CS ou simplesmente escutando as besteiras que só menino entende, (que hoje eu entendo também).
Aos nossos recos, deixo o recado: Aproveitem cada segundo, pois estes serão OS MELHORES TRÊS ANOS DA SUA VIDA!
Aos nossos mestres com muito carinho, mesmo com nosso ‘R’ chorado ou nosso MB merecido, aqui vai o meu MUITO OBRIGADA!
É só isso, não tem mais jeito... acabou, BOA SORTE! ♪’



Nathalia
Expondo uma saudade que entrou pra coleção, ETEVAV.